O que será que tem nessa caixa preta. Foi assim que motivamos a todos com nosso trabalho apresentado na USP, segue o resumo e depois as fotos...
I Encontro PIBID
USP 23 de junho de 2012 Faculdade de Educação da USP
O que
há na caixa preta?
Autores:
MENDES, Camila V.; VERONEZ, Eleusa; PALMA, Jéssica B.; TAVARES, Juliana A.;
OLIVEIRA, Alessandra M.; CORREA, Ana Paula D.; ALBUQUERQUE, Carlos H.; CAMARGO,
Cristiane C.; FREITAS, Janaína L.; COSTA, Júlia S.; DEFENDI, Maíra C.; SATORNO,
Miller; TALAMONTE, Tamires C.; CARMAZINI, Valéria
e-mail:camila_vm_@hotmail.com,
leuveronez@hotmail.com
Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Campus
Inconfidentes
Universidade
de São Paulo.
Palavras-chave:
ensino de Ciências, modelo atômico, analogia.
Trata-se de uma atividade
de ensino que se deu no interior de um projeto que tem como princípio norteador
a aprendizagem da docência por meio de processos reflexivos, considerando a
prática docente a partir do processo de raciocínio pedagógico descrito por
Shulman (1986; 1987). O planejamento da atividade deu-se a partir de: a) uma
pesquisa realizada pelos bolsistas sobre materiais para o ensino de química
para os alunos do 9° ano do Ensino Fundamental e b) demanda feita pela
supervisora, que foi questionada por um aluno sobre como se estuda o átomo, uma
vez que ele não é visível.
O objetivo da
atividade era que os alunos compreendessem que o estudo do átomo é feito
indiretamente e que o modelo atômico, assim como outros modelos nas Ciências
Naturais, são construídos pelos cientistas para tentar explicar determinados
fenômenos naturais. A atividade consistia no uso de uma analogia. Os alunos do
9º ano foram divididos em equipes, supervisionadas por alunos bolsistas. A cada
equipe foi entregue uma caixa de sapatos contendo um objeto não visível e a
tarefa de cada equipe consistia em identificá-lo sem abrir a caixa. Foi
entregue a cada equipe uma folha em branco na qual a equipe deveria descrever o
objeto e desenhá-lo. Como conclusão, seria feita uma analogia entre o que cada
equipe havia feito e o trabalho dos cientistas ao estudar o átomo e propor
modelos.
Como resultado,
pôde-se perceber que os alunos não conseguiram relacionar a atividade com o
conteúdo em questão (modelo atômico), pois ainda não haviam compreendido o
modelo atômico e, em alguns casos, demonstraram não conhecer, minimamente, o
conceito de átomo, apesar de já terem realizado uma pesquisa sobre o tema. A
atividade, para eles, consistiu apenas em uma brincadeira.
Na reflexão sobre a
atividade proposta, algumas conclusões foram apontadas pelos alunos-bolsistas,
as quais configuram uma nova compreensão tanto do conteúdo específico, das
relações entre os conceitos de modelo (na Ciência), átomo e modelo atômico,
quanto das formas de ensiná-lo. Como atividade introdutória, ela não foi válida,
pois sua compreensão (a do sentido da analogia) demanda conhecimentos prévios
sobre átomo e sobre modelo atômico. Depois de entender, ainda que minimamente,
os conceitos de átomo e de modelo atômico, os alunos, talvez, estivessem mais
motivados (e curiosos) para compreender como é possível estudar os átomos e
conceber modelos atômicos. Além disso, o próprio conceito de modelo (em
Ciências) deveria ser abordado com os alunos previamente a essa atividade – ou
fazê-lo a partir dela - para que pudessem compreender que a Ciência constrói
modelos, que são uma tentativa de aproximação da realidade. Uma conclusão
importante foi a de que a atividade prática, por si só, não cria melhores
condições de aprendizagem, embora aumente o envolvimento/motivação dos alunos.
Essa experiência demonstrou como, embora o interesse dos alunos pela atividade
fosse grande, ela não tenha criado oportunidades de aprendizagem adequadas, por
não haver sido levado em consideração, durante o planejamento, os conhecimentos
prévios e pré-disposições dos alunos com relação ao conteúdo específico que
seria trabalhado.


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